É possível amamentar um bebé sem ter existido uma gravidez prévia. É o que acontece por exemplo no caso das mães adoptivas. A natureza é realmente fantástica. Amamentar envolve muito mais do que colocar o bebé à mama. Amamentar é proteger, abraçar, acolher, cuidar e dessa forma aumenta o vínculo afectivo entre mãe e filho.
Como é que tudo isto é possível?
Para uma mulher que não passou por toda a revolução hormonal de uma gestação, isso é possível graças à lactação induzida. O processo de produção do leite materno resulta de um estímulo repetido. Com uma sucção repetida e estimulação adequada da mama a lactação pode ser induzida, mesmo se a mulher não teve gestação ou experiência de amamentação anterior. Com o estímulo da sucção uma mensagem é enviada para a hipófise que faz libertar duas hormonas: a prolactina, responsável pela produção de leite, e a oxitocina, responsável pela ejecção do leite.
Importa referir que a quantidade do leite pode variar de algumas gotas em algumas mulheres a quantidade satisfatória noutras. Factores maternos e relacionados com o bebé vão influenciar todo este processo. Atitudes positivas, motivação e preparação para promover e manter a amamentação são fundamentais. Se pretende amamentar um bebé adoptado, veja alguns critérios que são importantes para o sucesso da amamentação:
- acreditar na importância do contacto próximo e na relação afectiva inerente da amamentação;
- sensibilizar a si mesma e a seu companheiro o desejo de amamentar;
- ter tempo para proporcionar amamentação sem restrições ( é necessário amamentar 7-8 vezes por dia);
- evitar o uso do biberão, mesmo quando estiver fora de casa, para isso vai precisar do apoio de outras pessoas que possam oferecer o alimento em copinho;
- buscar apoio em profissionais de saúde especializados na amamentação;
- ter em mente que muitas mulheres tiveram experiências positivas apesar de não cumprirem todos os critérios descritos acima.
- Aprender sobre amamentação em geral (junto de profissionais de saúde, conselheiros de aleitamento materno, grupo de mães)
- Informar-se sobre amamentação adoptiva com outras mães adoptivas que amamentaram.
- Estimular os mamilos, pelo menos um mês antes, se possível. Isso deve ser feito algumas vezes por dia, por exemplo quando durante o banho, de uma forma relaxada. Estudos indicam que esse tipo de preparação ajuda as mães a alcançarem a sintonia emocional com a intimidade e dedicação do acto de amamentar. A estimulação pode ser feita, além da sucção do bebé, pela auto-estimulação , sucção pelo parceiro e bomba extractora de leite.
Relativamente aos factores relacionados com o bebé, importa lembrar que durante todo o período em que se tenta induzir e estabelecer a produção do leite, o bebé vai crescendo e as necessidades calóricas também vão aumentando progressivamente. Esse é, talvez, um dos mais importantes factores a serem considerados quando pretende-se amamentar um bebé adoptado. É diferente ser um bebé recém-nascido, ou ter seis meses no momento da adopção, visto que as necessidades calóricas são diferentes.
O início da lactação varia de uma a seis semanas, a maioria das vezes ocorrendo após a quarta semana e é definido como o tempo em que começam a pingar algumas gotas de leite.
Sem comentários:
Enviar um comentário